QUANDO EU MORRER

Sepultem num oloroso jardim meu nariz

Os ouvidos, larguem pertinho da beira do mar

Doem meus joelhos as escadarias da Matriz

E aos meus olhos, dignem a mudez d’um luar

Adeus nos pára-brisas. Fixem minhas mãos

Meus pés, soltem em caminhos bem estreitos

Entre guerras enterrem raso meu coração

Abaixo de sete palmos, todos os defeitos

Minha língua merece ser cremada

E no lixo esse soneto ora escrito

Junto com a boca bem calada, fechada.

E eu morrerei feliz. Sem nenhum conflito

Não sendo mais uma alma penada

Seguindo para Deus em paz o meu espírito

Jairo Lima

Jairo Lima
Enviado por Jairo Lima em 10/10/2008
Reeditado em 10/10/2008
Código do texto: T1221860
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