QUANDO EU MORRER
Sepultem num oloroso jardim meu nariz
Os ouvidos, larguem pertinho da beira do mar
Doem meus joelhos as escadarias da Matriz
E aos meus olhos, dignem a mudez d’um luar
Adeus nos pára-brisas. Fixem minhas mãos
Meus pés, soltem em caminhos bem estreitos
Entre guerras enterrem raso meu coração
Abaixo de sete palmos, todos os defeitos
Minha língua merece ser cremada
E no lixo esse soneto ora escrito
Junto com a boca bem calada, fechada.
E eu morrerei feliz. Sem nenhum conflito
Não sendo mais uma alma penada
Seguindo para Deus em paz o meu espírito
Jairo Lima