Inquietude do ser

Hoje, inquieta está minha sombra, agita-se
Pelos cantos procurando o desconhecido,
Busca incansável, em vão, tempo perdido,
Sem respostas, sinto como se ela gritasse.

Na dúvida, talvez eu seja um esquecido,
Ela, só uma dor, que não sei onde nasce,
Como triste ser que acorda adormecido,
Vagueia sem rumo, sem poder separar-se.

Dúvida que todos têm, terão ou tiveram:
Do Hamlet obscuro, de seu ser ou não ser,
Dramáticos poemas que moveram Pessoa,

Os ecos das vozes que no coração ressoa,
Sinto a sombra caída, lutando para vencer
Os pensamentos que na mente se aceleram.


 
10/10/2008 21:44 - Marúcia Herculano
Boa noite, poeta! Somos todos feitos de sombras e de luzes! Pura contradição que nos ensina o real valor do que nos cerca, do que estimamos, do que ignoramos, do que nos é indiferente! A angústia, embora seja um momento doloroso e pareça inerente à natureza humana também é o momento de reflexão, de transformação, de renovação! Se não houvesse inquietude não procuraríamos o desconhecido e, assim, as descobertas não viriam! Lindissimo, íntimo e instrospectivo soneto! Uma viagem ao nosso interior! Parabéns! Um afetuoso abraço e um ótimo final de semana!

 
Geraldo Mattozo
Enviado por Geraldo Mattozo em 10/10/2008
Reeditado em 03/09/2018
Código do texto: T1221414
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