QUARTA ROSA DE DELOS
TERCEIRA ROSA DE DELOS
Por causa de uma rosa me debruço
no muro do crepúsculo e entardeço
como a aurora afogada num soluço
da saudade sem pena onde padeço.
Minha rosa é o começo do percurso
ilhado na memória do que esqueço:
partícula de amor onde me embuço
como o pólen da luz onde anoiteço.
Ò, flor mediterrânea! minha calma!
escrava da esperança que suponho
livre ou cativa me serena e acalma
e não é pena se ao amor imponho.
É cativeiro que me prende a alma,
mas é destino que liberta o sonho.
Afonso Estebanez
(Set.16.2008)