SEM-TERRA

Veja: daqui, do sal do meu confinamento,

eu forço afugentar você da minha mente,

porém, na luta vã, por mais e mais que tente,

você não se desprega do meu pensamento.

Sem-terra, que já tem lugar de assentamento,

eita, você é fogo, e fogo renitente,

que veio achar em mim seu chão, tão de repente,

como no verde do trigal se espraia o vento.

De tenda acesa, mire, cá, dentro do peito,

ao usucapião você tem o direito...

Não deve nem temer, pois quem é senhorio?

E o latifúndio, em mim, é coisa pragmática:

em ares de reforma, como na Informática,

ao clique de um botão, esvai-se o clima frio.

Fort., 09/10/2008

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 09/10/2008
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