Tributo ao lavrador
Derrama no chão cretado o suór,
arranca da terra o seu sustento.
No sol causticante, retira o doce
e o fel se espalha no seu labor.
O seu corpo magro, enjaulado,
ânsia por habitar o átrio da alma.
_ Piedade me livra dessa funesta
prisão, desaloja o ser atormentado!
Vomita desse ventre amortecido,
sobras dos vermes da carne podre,
_ Desaloja a fé desse seu ungido!
Pensa que a morte não lhe oprime,
encontrará o rico na sua tumba.
Leito marmóreo fiel do seu crime!