INDIFERENÇA

De repente, sem mas e sem porquê,

Você não mais me beija quando eu chego

Recusa, dos meus braços, o aconchego

E nunca mais sorri quando me vê.

Você, que por mim teve tanto apego

E que agora me ignora como se

Nunca houvera entre nós nenhum chamego,

Faz de mim um estranho pra você.

Embora já sem lenhas a fogueira,

Envolto no passado -Que cegueira!

Meu querer por você teimoso medra.

A chama, que esfriou, hoje inda queima

Este meu coração tolo que teima

Em achar sentimentos numa pedra.