No escuro

Capaz de afrontar a qualquer deus,

O amor, que é efêmero e fugaz,

Por mais que se mostre pertinaz,

Só é absoluto após o Adeus.

Tão frágil e vago, é só um véu

Que nos venda os olhos ao acaso.

Limite de vida seu é raso

E lavra ilusões como em cinzel.

Destino traçado em nossa palma

Tatua um projeto de futuro

E em sonhos consome toda a calma.

Expondo e cavando fundo o puro

Inferno no céu da própria alma.

Só se ama tateando vãos no escuro...

Magmah
Enviado por Magmah em 06/10/2008
Reeditado em 02/10/2009
Código do texto: T1214206
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.