Sorriso triste
Sonhas a glória, a luz, estrela pedante!
Escolhes sóis, luares, e oiro à armadura,
Vestes de amor, teu corpo em ti amante
E frente ao espelho brindas-te em ternura!
Embriagado de ti desmaias, oscilante,
Quebras a crista, verniz e cornadura...
Assim de súbito te mostras, coruscante
Na altivez, és queda livre e profundura!
Alucinado crês teu, tudo o que existe
Sobes altares de escárnio e arrogante
Talhas-te o fulcro do que nunca viste…
Vais sem limite, nú, o dedo em riste
Bradas aos céus o gozo em ti sobrante
Mas és nos outros só, sorriso triste!