LEMBRANÇAS
Eu senti as carnes firmes e quentes,
Tão macia e delicada. Era como se eu flutuasse.
Sorrindo para mim. Sobre meus braços potentes.
Carregando-a, no ribeiro, para evitar que se molhasse.
No meio da travessia, meu passo em falso ficou.
Manti-me firme, pois sabia que não cairia.
Mas o susto, naquele lindo rosto, o sorriso tirou.
Irmão. Esquecer tais lembranças, melhor seria!
Ora veja! Você é igual a mim, um religioso!
Que o celibato e a castidade; jurou tão contente!
Também carregou, nos braços, a amiga todo orgulhoso.
Pecador, também é você! Por ventura não vê o perigo!
A moça que carreguei, respondeu ele calmamente.
Deixei-a na margem. A sua, você trouxe consigo.
Drakkar
(Soneto baseado em uma história popular)