RELEMBRANÇA
Um dia, nos meus idos de menino,
não tão distante dos umbrais do lar,
deitei por terra tenra laranjeira,
que verdejou, mais tarde, pelo ar.
Bela, frondosa, amiga, pé saudável,
anos a fio, fez-se o meu solar,
onde brincava sempre e me encantava,
mercê do bucolismo do lugar.
Parti do sítio, me larguei da serra
e lá, faz muito, nunca mais tornei.
Ai, meu pé de laranja companheiro,
davas que fruto, a laranja-da-terra!...
Jamais, com sede, tu sofreste tanto
qual de paixões o que te aguou primeiro.
Fort., 03/10/2008