Sonetos derramados
Guardou no último verso a esperança
o Criador e uma lírica ciranda fez-se trova
no Cósmico; nasceu na criatura a temperança
e cantavam seus boleros, madrigais e bossa-nova.
E ELE descansou; reinava a bonança,
a paz, e tudo isso era uma prova
que a criatura, embora inda criança,
sabia que no verbo a Vida se renova.
Pelos poentes, penedos impávidos,
nos pélagos prateados porejaram potestades
impregnadas de preposições e predicados.
Foram chegando os jovens poetas ávidos
de beber amores, dores e saudades;
mal sabiam que as mulheres são sonetos derramados!