Sonetos derramados

Guardou no último verso a esperança

o Criador e uma lírica ciranda fez-se trova

no Cósmico; nasceu na criatura a temperança

e cantavam seus boleros, madrigais e bossa-nova.

E ELE descansou; reinava a bonança,

a paz, e tudo isso era uma prova

que a criatura, embora inda criança,

sabia que no verbo a Vida se renova.

Pelos poentes, penedos impávidos,

nos pélagos prateados porejaram potestades

impregnadas de preposições e predicados.

Foram chegando os jovens poetas ávidos

de beber amores, dores e saudades;

mal sabiam que as mulheres são sonetos derramados!

Chaplin
Enviado por Chaplin em 03/10/2008
Reeditado em 08/10/2008
Código do texto: T1210131
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