Espera
Viajava eu por almos extravios,
Voando em céus tão brancos e impolutos!
Buscava a perfeição, em meio ao luto
Travado nos meus íntimos vazios.
Em estros enfeitados de atavios,
Estrelas luminosas, cristais brutos,
Á cata do real e do absoluto,
Sonhava eu, lassando desafios.
Mas nessa espera falsa e ilusória,
Dei voz a tanto pensamento
Que só traçou-me rota merencória,
Turvando-me o inocente sentimento,
Postiça e improfícua trajetória
Por fim legou-me as pagas mais inglórias.