Desejo
Me encosto no umbral da porta, a meia luz
Em latente, e quase gritante, desejo a conter
De negra camisola, embrulhada que, sei, seduz
Languidez conflitante a destoar do coração a bater.
Num lampejo me vejo naquele meio escuro
Que a meia luz da lua protege, transfigura e fascina
Sinto –te tão próximo, gentil cavalheiro meio errante
Num estonteante, prazeroso, contexto de menina.
Sobrevoando, fazendo verão que me alucina
Trazendo-me em aconchego tua máscula ternura
Como verdejante perfume de flores de campina
Faz em mim, desenho completo, ao me tocar
Predileto anseio de uma novidade em mil venturas
Noite e dia, em nosso leito, nos conduz neste caminhar.