SE NÃO HOUVESSE O TALVEZ

 

A esperança não residiria no olhar

Rejeitaria toda quimera e poesia

Ensandecida no amargor da nostalgia

Partiria... a fim de nunca mais regressar!

 

O silêncio prevaleceria tão eloqüente

O coração frio... à mercê no deserto!

Imergindo nas profundezas do incerto

Açoitado nessa fúria inclemente!

 

E o breu da pura noite remanescente

Ocultaria as veredas do meu norte

Testemunhando solidão e a pouca sorte...

 

Na pele as marcas da mágoa descrente!

Sorvendo a alma o cálice incandescente

E tendo no gosto do fel... o único consorte!