JORNALEIRO
Amigo jornaleiro, que me traz o mundo,
todo dia, às matinas, antes do café,
eu quero, numa boa, alçar-te o meu boné,
como preito singelo ao teu labor fecundo.
Ainda sem saber lá donde és oriundo,
te levo a minha alada gratidão, até,
pois que a tua entrega do jornal me é
bem-vinda qual um lente de saber profundo.
Ó moço jornaleiro, em teu correr diário,
se te expões pelas ruas, cedo, muito cedo,
é porque, responsável, nutres um dever.
E as notícias galopam tão de modo vário,
que, quando raro tardam, eu me boto azedo,
mesmo sem ir ao nó de a "falha" acontecer.
Fort., 29/09/2008