O TEMPO
Indomável, o tempo não perdoa.
Vai no rumo, que trilha, mundo afora.
Ele trota, e galopa, e chispa, e voa,
sem parar, avançando hora a hora.
A condição pequena de pessoa
me diz que sou um jóquei que devora
os prados desta vida, indo à toa,
no lombo do corcel que monto agora.
Um dia, o tempo vai desapear-me.
Então, vonvendo à terra, donde vindo,
do plano de mortal perdendo o charme,
talvez verdeje, lá no chão, silente.
E o baio, o tempo, há de florir mais lindo,
levando a vida, so-li-da-ria-men-te.
Fort., 29/09/2008