SONETO DA ESPERA

O coração tem que esperar, mais nada!

Inda que a espera exaure a vida inteira

até que emprenhe o banho de alvorada

a luz das águas remansosas da ribeira...

O amor tem que esperar essa chegada!

Inda que chegue ao nunca do amanhã,

até que soem os clarins da madrugada

no ouvido íntimo dos sinos da manhã...

Sonhos são deuses surdos, nada mais!

E para deuses não existem horizontes

em que o amor desponte eternamente...

Sonhos de amor são brisas sazonais...

Às vezes partem por alguns instantes

e às vezes vão embora para sempre...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 28/09/2008
Código do texto: T1200408
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