SONETO DA CIRCUNSTÂNCIA
Algo que escutas entre o mar e o vento
algo que perdes entre a onda e a areia
um vago instante de algum pensamento
à luz que há entre a chama e a candeia.
Algo entre o aroma, a brisa e o relento
fios que urdidos entre a aranha e a teia
vibram em mim de um átimo do tempo
a chama desse amor que me incendeia.
Em minh’alma inda incólume à deriva
nem sei o que fazer do que ainda resta
de meus barcos de bruma sobre o mar...
Faças de mim a tua circunstância viva
e desses restos me celebras uma festa
e o que ainda resta é para eu te sonhar...
Afonso Estebanez