SONETO DA CIRCUNSTÂNCIA

Algo que escutas entre o mar e o vento

algo que perdes entre a onda e a areia

um vago instante de algum pensamento

à luz que há entre a chama e a candeia.

Algo entre o aroma, a brisa e o relento

fios que urdidos entre a aranha e a teia

vibram em mim de um átimo do tempo

a chama desse amor que me incendeia.

Em minh’alma inda incólume à deriva

nem sei o que fazer do que ainda resta

de meus barcos de bruma sobre o mar...

Faças de mim a tua circunstância viva

e desses restos me celebras uma festa

e o que ainda resta é para eu te sonhar...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 28/09/2008
Código do texto: T1200406
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