FANTASIA
Na casa tosca e pobre a mesa parca,
coração cheio e mãos sempre vazias...
fartura de ilusões e fantasias
no reino em que, soberbo, eu fui monarca!
Por sobre a areia fina dos meus dias
o tempo deslizou deixando a marca,
sulcos profundos que o meu pranto encharca
quando o passado volta em noites frias!
Lembro-me então da antiga brincadeira:
era o meu trono um banco de madeira,
e de esperanças meu castelo eu fiz!
Hoje, à mercê da vida que me afronta,
já não sou mais o rei do faz-de-conta...
já não sei mais brincar de ser feliz!