SEU PERFUME
As flores desabrocham e perfumam sua pele sedosa;
A natureza forja em ti, um não sei o quê, com alegria,
Que os pássaros gorgeiam desde a aurora vermelhosa,
Ao entardecer, mesmo quando é forte e fria a ventania.
Não há sombras, nem vis, nem temíveis e gélidos invernos
Capazes de desolar a vida que tu vives e perfumas;
Não há forte temporal, nem deserto espiritual, eternos,
Que não se acalmem diante de ti, pequena madona...
Seu perfume deixa um rastro entre as árvores frondosas;
Os pássaros que buscam o orvalho nas manhãs oiradas
Não sabem que esse cheiro gostoso, que saudades deixa,
É o que revigora seus espíritos, mas não vem das rosas;
Nem imaginam que os sonhos que povoam as madrugadas
Tem suas nuances, ó explêndida mulher, ó amável gueixa.
Porto Alegre-RS, 19 de agosto de 2008.