Descalabro
Nas badaladas mortas dessa noite
Nos pensamentos dúbios a febre urde
Com Lúcifer a segregar no açoite
Nas ondas bravias da cruel inquietude.
A lua oculta na procela ruída
Horas caladas da morte premente
Nas águas do oceano uma incerta lida
Das tristezas e deste amor fremente.
Cheio de desgosto o sino do ordinário
Tocando no fim do dia solitário
Preenche o pânico que a tua perda traz.
Morto o poeta da infeliz Lusitânia
Ecos das guerras de sangue e insônia
Que no meu coração encerra sem paz.
DR SLIM