DEGREDO
A fim de encontrar-te transpus longas distâncias
Sendo a maior delas o meu próprio medo!
Tomada por fundas mágoas e inconstâncias
Descortinei da paixão cada segredo!
Acolhi teu delírio nas reentrâncias
Qual submissa placidez dum arvoredo!
Mas, instigada às últimas instâncias
Conheci o dissabor da dor e do degredo!
Em infinitos desertos, ora, caminho
Solitária pelo sonhar deserdada!
O instável amar posto no pergaminho
Traduzido por emoção desregrada!
Igual rosa impregnada de espinho
Brando perfume da brisa amargurada!