Rosa prosa
Nasceste ontem como uma rosa
que ainda não sabia perfumar;
Mas logo eu me pus a te ensinar
e perfumei tua primeira prosa.
Vieram os cravos —com pena da rosa—
para trocar perfume e carinho;
Pra espremer-te o primeiro espinho,
enquanto tu ficavas mais formosa.
Desabrochaste, virgem, teu encanto
e eu enxuguei o teu primeiro pranto,
como se fosse um velho beija-flor.
Então voei, voei...o mundo afora…
Passou-se -se tanto tempo e, só agora,
pude sentir, num beijo, o teu sabor.