NOSSOS VINHOS


De querer torpemente embriagado,
nossas bocas de gozo umedecidas,
arfante de carícias consumidas,
sou serpente em teu sexo aninhado.

Tua pele poreja o chão molhado
pela paixão passante em tantas lidas,
pelo delírio das tesões sentidas,
pelo meu corpo crido saciado.

Mas tuas coxas quentes me reclamam.
És pura e cativante sedução
que novas formas fecundantes tramam.

Entre tuas pernas, no molhado chão,
somos nós dois os semens dos que amam,
com a alma, o corpo e o coração. 

Odir, de passagem