Chico Buarque
Chico Buarque
E o universo curvou-se ao gênio artista,
Ao rebento da luz, ao carioca
Letrista que reluz no meu breu da toca
E sussurra as mil trovas que dão vista.
Ah, que nobre esse artista que não cala!
E desentala a dor de Benjamim
Ou nos paira um temido zepelim
Para todos ouvirem o que fala.
Oh, pedaço de mim, tu és a voz,
Que será que te dá que me traduzes
Em letras, versos, rimas e bemóis?
Sim, tu és o espetáculo das cruzes,
O estorvo do medíocre, sua quimera,
És Chico, o salvador que o Tom dissera.