Às vezes a morte...
Às vezes cremos que nem a fortuna ou escassez nos atingem,
Vivemos repletos de uma felicidade mascarada que nos cega,
Até que um mau, prejuízo, incômodo ou doença nos afligem,
Trazendo desconforto a um mundo vidral débil que se quebra.
Como queria, pois, retornar ao passado e discutir com a morte,
E lhe explicar que o turno de uns não se encerra por derradeiro
Sozinho ao acaso, somente sobre a sombra de poucos no forte,
Que mais parece um deserto de vasca noturna sem um mateiro.
Que sociedade é essa então, exoro, capaz de não ver os fracos,
Que exilados em seus problemas ocultos e timidez patenteada,
Não reclamam por adjutório nem mesmo nos últimos suspiros.
Afoguea-me de pejo à fronte sembrada com a expressão mortal,
Advinda das incertezas e infortúnios súbitos que a vida reserva,
Mas que o homem não se preocupa em tentar evitar todo o mal.