(Soneto n.6)

"SABOTAGEM"


Eu entro na noite já quase desesperada.
Cansada,
treva escura adentro - e deito
ouvindo o pulsar desse coração no peito,
enquanto eu sonho além da alma exilada.

Ao palor do lençol me encontro atada -
o corpo repousando sob o luar desfeito,
a lembrar momentos vãos sobre o leito,
e tecendo fios de pura seda trabalhada.

Penso que eu me ausento do presente,
fugindo de mim, penso em ti... Procuro
que o amor retorne inteiro novamente.

Mas eu sinto escorrer por entre os dedos
uma lágrima triste (neste triste escuro)

sabotando, um a um, os meus segredos!


Silvia Regina Costa Lima
12 de Setembro de 2008
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 21/09/2008
Reeditado em 28/07/2013
Código do texto: T1189037
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