PAISAGEM


A versejar-te me inspirei num sonho
tirante à insensatez dos meus desejos.
Do mar ao som do vento eu os disponho.
pragmaticamente, aos seus harpejos.

Verdadeiro talvez, talvez bisonho
viageiro de espaços benfazejos,
ao calor do teu corpo trouxe beijos
o verso meu, do amor que te proponho.

Qual felino feroz que se sofreia
ante a fêmea fecunda, mesmo assim,
meu poema se prende à tua teia.

Sob um ipê dourado, à lua cheia,
teu olhar instigante vem a mim
na madrugada, em sonhos, sobre a areia.

Odir, em passagem noturna.