Conselhos
Não quero ser o tio insuportável
Pareço mais um pobre primo pobre
E minha ação será intensamente nobre
Mostrar-lhes o caminho mais amável
Saibam vocês que o lindo Sol louvável
Fica escuro no eclipse, é que ele cobre
A lúcida razão e aí se descobre
A morte bela, pura e inevitável
Quanto a seus bens e aqueles vis papéis
Que uns chamam de dinheiro e outros de prata,
Livrem-se da avareza, deste engano,
Pois tais papéis ''talvez'' lhe causem dano
Eis a verdade forte, bruta e exata:
''Morrem os dedos, vivem os anéis! ''