Hausto Noturno
Veredas de paisgens urbanas tristes;
vejo o olhar perdido em várias estrelas.
E teus desejos: levantes de destrezas
em ilusões noturnas que só tu viste.
A voz bêbada saliente das meretrizes
e o zéfiro frio que sopra sibila em vielas;
úmidas veredas de vozes tão singelas
de insones e noturnos atores e atrizes.
A alvorada sutil vem anunciar o fim;
a noite se torna coisa passageira, afinal.
Mas não deixa de se encantar por si.
Quem a deseja, entranha-se na visceral
e calada ressaca de noites veladas assim:
por haustos que não cessam na hora matinal.