Soneto V __ Dogma da poesia

Tere Penhabe

Colhi das folhas mortas do passado,

O sentimento que já não tem pressa,

Porque se o outono chega malogrado,

Das minhas penas eu sou ré confessa.

Porém, há de chegar a primavera,

Senão o corpo, a alma espera e nela insiste,

Mas disse o menestrel de uma outra era:

- Verso, para ser bom tem que ser triste.

Então eu sangro em dores de poeta,

Coração e alma, par inseparável,

Nenhuma dor é mais abominável!

Espelho meu sentir em rico esteta...

Que em versos, não me podem condenar,

Pois só eu sei, se é fato, o meu penar.

Santos, 26.03.2007

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