TARDE DE BEIJOS
Lágrima uma, de amor molhada,
escorre de teu pranto. Estremeces.
Na folha em branco para mim, esqueces
dos escritos da dor desnaturada.
Cambaleias no rio, desatada
das linhas de teus versos. Emudeces.
Por entre sombras densas entristeces.
Da minha espera já não dizes nada.
Silencias. Meus lábios, num segundo,
entoa cantos sânscritos de igreja,
e, sem teus braços, abraçando o mundo.
Vou no vento da tarde, que te beija
com verso mais que prece, mais fecundo:
Vem, amor. Não mais tardes. Que assim seja!
Odir, de passagem