SONETO PARA DOIS
O NOIVO
Eu que não pensava em amar-te tanto assim
Tornei-me um ébrio de amor, um lírio branco
Que de amar-te, fiz-me hálito de jasmim
E no amor, pura virtude, fiz-me santo*
A NOIVA
Eu sou feliz por ser amada tanto e tanto
Que reflexiva amei-te Lírio, meu bem-querer
E no amar-te, pura virtude, que me faz ser
Sou Paloma e juro amar-te tanto e tanto
OS DOIS
Seguir agora, o amor a bordo, é ventura linda
Se nos guardar-mos um para o outro, obsessivos
Transbordaremos do azeite alegre da comunhão
E cantaremos ao mundo todo uma canção
Que o amor constrói num mundo triste e indeciso
Lugar de paz, ninho de calma que não se finda
*Santo quer dizer separado, neste caso, para a noiva.