(Glosando um trecho do soneto XXXIV de Olavo Bilac)

O nosso encontro

Para roubar do Sonho lábios nunca,

E sequer ter de um cão um ganido só

(Porque é você, deusa do céu ...e pó: )

À frente cheia do hotel que é espelunca!

E sinto, envolto em chama, um cheiro bom

De tempestade em solo impróprio outrora

Para o cultivo do que não demora

A dar cem frutos de vermelho tom!

E à brisa, orvalha-se o horizonte à pressa,

E diz já o sol, dourando a nívea nêga:

– Não há no cosmo estrela assim como essa!

E um doce aroma de flor pela fresta

De um lar banhado pelo Inverno chega

"Das duas asas que a paixão lhe empresta".

a 11 de Agosto de 2008