Os Convivas
Sete talheres estão postos para a ceia.
Sete lugares foram assim preparados.
Mas os minutos fogem no ar estagnado,
As horas avançam, e escoam como areia.
Já o pó recobre a toalha e fina teia
Uma aranha teceu entre os cristais manchados.
Um candelabro com seus círios apagados
Preside a solidão que por ali passeia.
Pois no salão passou o tempo como um rio,
Interminável, rolando lento e tardio,
A cujo fim só a escuridão se pressente.
Muito tardaram a chegar as horas festivas,
E, enfim, quando se espera que entrem os convivas,
São sete sombras que se acercam lentamente.