Teresina : frente e versos
Uns poetas muitos, ditos comuns
Descrevem-te o Sol, o verde e a cajuína.
Vêem teus rios, braços de uma menina.
Esquecem tua noite e teus sons
Talvez nem reparem no reflexo âmbar
Das luzes de tuas pontes nos espelhos d’água
Nem nos colossos iluminados que cortam o ar
O silêncio no centro, a agitação do leste.
Há quem te ame, há quem te deteste.
Mas não há quem não reconheça em ti, Teresina.
A paz que mora aqui, enquanto o mundo é ruína.
Eu, poeta do oposto, do gosto e de sorte.
Abri mão do teu aviltante tráfego humano do dia
E, num lance de felicidade, casei com tua noite.