Teresina : frente e versos

Uns poetas muitos, ditos comuns

Descrevem-te o Sol, o verde e a cajuína.

Vêem teus rios, braços de uma menina.

Esquecem tua noite e teus sons

Talvez nem reparem no reflexo âmbar

Das luzes de tuas pontes nos espelhos d’água

Nem nos colossos iluminados que cortam o ar

O silêncio no centro, a agitação do leste.

Há quem te ame, há quem te deteste.

Mas não há quem não reconheça em ti, Teresina.

A paz que mora aqui, enquanto o mundo é ruína.

Eu, poeta do oposto, do gosto e de sorte.

Abri mão do teu aviltante tráfego humano do dia

E, num lance de felicidade, casei com tua noite.

RAPHAEL BARBOSA
Enviado por RAPHAEL BARBOSA em 13/09/2008
Código do texto: T1175702
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