A ÚLTIMA ESPERANÇA


Eu vivo, uma vez mais, a sensação
de perda, de vazio e de abandono.
Só que me chega agora, em pleno outono,
nos ocasos da última estação.

Ontem foi minha a triste decisão.
que ela reproduz com mais entono.
Nesse adeus ela usou papel carbono,
sem aviso e sem mais explicação.

Subliminar, falaz e sutilmente,
escondeu-se de mim tão de repente,
que me fez inaudível e inseguro,

vivendo a sensação de que somente
o passado é meu único presente,
um presente passado e sem futuro! 

Odir, de passagem