"Canto de Sereia"


(Soneto n.3)

Cantarei a melodia, canção do sagrado dia.
Sim, eu cantarei as ilhas de antigamente -
tesouro dourado de uma vida bem ausente,
saído da abissal caverna, na doce maresia.

Eu sinto a tua aragem sempre fria.
Ah! Não me tires esse sol ardente.
E não te faças assim tão inclemente,
dá-me só um pouco de tua alegria.

A espuma clara vira uma onda abissal,
cerca-me e, de forma forte e verdadeira,
arrasta-me contigo ao fundo do teu mal.

Eu, que sou sereia - diferente dos peixes -
penso-te como rei de castelo d'um coral,
e imploro: nessas águas (só) não me deixes.

Silvia Regina Costa Lima
6 de setembro de 200
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SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 11/09/2008
Reeditado em 11/10/2009
Código do texto: T1173452
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