Quase Soneto da Madrugada

Vem comigo, ó noite amada,

Me segue nos momentos de partida

Pois terá fim minha pobre vida

Quando se iluminar o céu da madrugada.

Acompanha-me noite, me aquieta a alma,

Pois a escuridão do negro dia

Me queimava o corpo e não aquecia.

E hoje só desejo teu silêncio e calma.

Vai na escuridão da noite o moribundo,

Caminha em meio às trevas perguntando

O que fez por ele o ócio do mundo.

Quer livrar-se da prisão de seu corpo

E segue nas trevas caminhando

Sem saber que já está morto.

Ele que muito tenta mais não chora

Busca intensamente despertar-se

Antes do nascer da aurora.

280708

Fábio Codogno
Enviado por Fábio Codogno em 09/09/2008
Código do texto: T1170185
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