"MEU ARCO"
(Soneto n.2)
Eu deveria ser, ao fado, mais grata.
Deveria sorrir, não ser a que chora,
e poderia viver mais aqui e agora -
mais ousada, menos correta, exata.
Ah, se o tempo é ouro ... e não é prata...
em alamedas que caminham pela vida afora
fugindo-me a cada manhã ... a cada aurora,
por que não vivo mais, esquecendo a data?
Olvidar a dor ... a treva ... o precipício...
tentar ser mar...ser vento... uma procura.
Brisa da manhã, manhã suave - ser início.
Quisera partir (como se fora um barco...)
não evitar novas paisagens, nem a aventura,
lançando alegremente as flechas do meu arco.
Silvia Regina Costa Lima
8 de setembro de 2008