Fim da Linha

De quando rudes rugas; — ilusões da mente!

Ela vai, vem, apunhala; — deixa a ferida

Abre portas sem alas — árvore sem saída

... E no reles ignóbil relógio da frente!

 

As rodas já cortavam o braço dolente

— Ei-la, — na louca trilha da locomotiva!

Fim do percurso?! — mera alma sóbria, esquecida

Letra mumificada, distante da lente…

 

A voz não muda: — pratas, notas do cantar!

... E, debalde, a grilheta corromperá o luar?

Na perdida visão à procura do Sol!...

 

Ondas das águas correm rumo ao mesmo tédio

Centenas de receitas — bula do remédio…

E, sem fluidos, renasce noutra Vida Maior!

 

 

Ribeirão Preto, 30 de junho de 2004.

18h00 min.