IN MEMORIAM * Na morte do poeta
É quando as sombras descem sobre a luz
e a vida já não pode ser mais nada
que, em ânsia de infinito, tremeluz
a paz, por dor e lágrimas velada.
Aqui, por entre flores de saudade,
sublimo a perfumada nostalgia
do sonho que se quer eternidade,
em arrebois de amor e poesia.
De ti, ficou, em nós, perene, o canto,
a parte que te coube da beleza
p'lo Céu doada a todos os poetas.
Em ti, ficou, de nós, doído, o pranto
que levas, por alturas de incerteza,
nas tuas asas livres e inquietas.
24 de Fevereiro de 2006.
Viana do Alentejo * Évora * Portugal