IN MEMORIAM * Na morte do poeta

É quando as sombras descem sobre a luz

e a vida já não pode ser mais nada

que, em ânsia de infinito, tremeluz

a paz, por dor e lágrimas velada.

Aqui, por entre flores de saudade,

sublimo a perfumada nostalgia

do sonho que se quer eternidade,

em arrebois de amor e poesia.

De ti, ficou, em nós, perene, o canto,

a parte que te coube da beleza

p'lo Céu doada a todos os poetas.

Em ti, ficou, de nós, doído, o pranto

que levas, por alturas de incerteza,

nas tuas asas livres e inquietas.

24 de Fevereiro de 2006.

Viana do Alentejo * Évora * Portugal

José Augusto de Carvalho
Enviado por José Augusto de Carvalho em 26/02/2006
Reeditado em 28/12/2018
Código do texto: T116496
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