SUCATAS DUM TEMPO...

Confesso que eu já nem tenho versos!

Re-verso é o que apenas sou!

Tercetos...se esvaecem em anteverso,

Sucatas...dum soneto que restou.

Procuro as minhas rimas fadigadas...

Cansadas...espalhadas pelo chão,

Que dantes eram reverenciadas...

E agora são apenas solidão.

Sonetos? Ora, em mim não há espaço!

Perfaço um silencio em mansidão...

Se olho para o céu vejo nublado

O tudo que na Terra era explosão,

Sinais dum tempo que hipnotizado

Só jaz no vácuo do meu coração.