Enquanto Eu Puder

Enquanto puder eu fazer-lhe amiga,

Por mais revolto o tempo, o tumulto,

Seguirei com fibra o mórbido culto

De amor, mas irei até que consiga

Trazer-lhe à minha volta, sem insulto.

Sendo aliados, privo-nos da briga

Desnecessária, e peço que me siga

Para que, no escuro, seja eu seu vulto.

Não apelo ao passado. Não preciso.

Valho-me, pois, do futuro indeciso

Que assuta, mas não contigo, mulher!

Peço-lhe um sorriso, é só o que quero;

Se bem sabe, nesta hora, sou sincero,

Pois lhe gosto só enquanto eu puder...

Preto
Enviado por Preto em 05/09/2008
Reeditado em 06/09/2008
Código do texto: T1163900
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