SOLIDÃO

Brasília, 05/09/2008

Em mim abrupta essa dor tão tórrida

Que em meu viver o alento me excrucia

A insistir essa esperança hórrida

Expira a vida, pois que se esvazia

Na dor velejo e com o vento venho

A perscrutar tamanha acerbidade

A definhar-me na conduta e cenho

Vez que não tenho pra sofrer idade

É na alma minha que eu procuro enleia

Dessa amargura contra a vida ingente,

Pois tal qual sangue que circula a veia

Deixando a crosta da gordura rente

Vem sorrateiro o canto da sereia

E o coração dilacerando a mente

Roberto Dourado
Enviado por Roberto Dourado em 05/09/2008
Código do texto: T1163472
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