Um não saber
Confundo, por meus pejos, meus almejos,
Não sei se posso ter só porque penso.
Deixando assim os gostos em suspenso,
Também não sei medir os vãos desejos.
Qual rosa que viceja e torna bela
Manhã e tarde, cheia de esplendor,
Mas perde sua beleza ao sol se pôr,
Por não saber deixar de ser singela.
Então bem mais que o fausto eu me imponho,
E quero aquilo que não é solene,
Porém também que fuja do enfadonho.
Dirijo-me ao caminho mais perene,
Buscando a eternidade além do sonho,
Pois temo escorregar em solo infrene.