MENINA CARENTE
Repouso em teu peito o meu rosto
Descanso nele como menina carente
Dos teus lábios adocicados sinto o gosto
No corpo desperto o desejo latente
Se eu fui anjo, foi apenas pressuposto
Ser alado, criação da minha mente
Vem! Revolva de mim o desgosto
Sacia amor, a minha sede pendente
Se não hoje, que seja em agosto
Mês cujo eu jorrei da nascente
Quero amar-te loucamente sem ser imposto
Deixar permanente no teu paladar o meu gosto
Fazer de ti um ser de mim dependente
Percorrendo cada toque, cada gesto reposto.