Frouxa-se a esperança
Frouxa-se por fim a esperança
Que transladava um fraco humano!
Tenho a Fé vencida, ó desengano!
Já me é maior o mal que a confiança!
Alonga-se o meu penar de não em ano,
Já não posso ter a bem aventurança!
(E ai de mim!) T arda a morte e na tardança
Fica-me a pôr a vida mais um dano!
Eu choro da vida o desamor,
A mágoa só choro por meus erros,
Recompensa cruel que esta alma consente.
Mas que o mal maior se chama Amor,
Pois de Amor só vi vis desterros:
Destarte, enfim, inda posso ser contente?