FINJO QUE NÃO OUÇO


Se finjo não ouvir aquela voz,
Algoz que faz de mim o teu refém,
Já vem a culpa, pois eu sei que após
A dor, talvez ouvir-te não convém.

Tentado a procurar-te, estar a sós,
Há nós por desfazer, tu sabes bem.
Quisera só pensar que existem prós,
Querida, e para nós houvesse amém.

Mas finjo que não ouço o coração,
Dizendo para que eu não seja louco
E esqueça do teu nome e do teu cheiro.

Procuro, mas não sei se quero, ou não...
Talvez, por isso faça ouvido mouco,
Distante do que sei ser verdadeiro.


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