DIGA-ME

Diga-me das sebes que havia no caminho,
conte-me das lutas, travadas sem cessar...
Fale das escarpas, das rochas pontiagudas
e das labaredas, a consumir o ar.

Longa essa viagem, então, não adivinho,
da terra distante, na qual tinhas um lar,
se, naquele solo, vingaram suas mudas:
qual é sua sina; seguir ou descansar.

Conto da incerteza, das dores que chorei,
da falta que sentia, enquanto punha a mesa,
ver seu lugar vazio e, sim, decerto, eu sei
que é duro sustentar uma esperança acesa.

E os sonhos que sonhamos, mas nunca dizemos,
nos levam sempre longe, os sonhos tão extremos.


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